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Como os sonhos podem ter papel terapêutico no fim da vida de uma pessoa – The New York Times 

Como os sonhos podem ter papel terapêutico no fim da vida de uma pessoa - The New York Times

 

Recente artigo publicado no The New York Times, intitulado “Como os sonhos podem ter papel terapêutico no fim da vida de uma pessoa“, descreve o resultado de estudos sobre ‘fenômenos inexplicáveis’ (sonhos, visões, etc.) que acontecem no leito de morte de pacientes terminais, realizados por equipes de médicos e pesquisadores em hospitais de referência em cuidados paliativos.

Esses eventos são diferentes de “experiências de quase-morte”, como aquelas lembradas por pessoas que reviveram em UTIs: “Essas pessoas estão caminhando para a morte, não são aquelas que escaparam por pouco”, segundo Pei C. Grant, diretor de uma das equipes de pesquisa.

Classificando esses sonhos e visões em categorias (oportunidades de se envolver com os mortos; entes queridos “esperando”; assuntos inacabados), os autores buscam desmistificar essas experiências e compreender seu papel e sua importância no apoio a uma “boa morte” – para o paciente e para os que ficam.

“Temas de amor, compartilhado ou não, percorreram os sonhos, assim como a necessidade de resolução ou perdão. Nos sonhos, os pacientes recebiam a confirmação de terem sido bons pais, filhos e trabalhadores. Embalavam coisas em caixas, fazendo preparativos para a jornada e, geralmente, partiam com companheiros queridos como guias. Embora muitos tenham dito que raramente se lembravam de seus sonhos, esses eles não conseguiam esquecer”. 

“Outra pesquisa sugere que os sonhos expressam emoções acumuladas. Tore Nielsen, pesquisador de Neurociência do Sonho e diretor do Laboratório de Sonhos e Pesadelos da Universidade de Montreal, acredita que no final da vida a necessidade de expressá-las é maior. Os sonhos conturbados aparecem com uma energia excessiva. Mas sonhos positivos têm propósitos parecidos”.

Os pesquisadores observaram que na época que antecedia a morte, os sonhos dos pacientes envolvidos nos estudos tendiam a ocorrer com maior frequência e eram povoados pelos mortos. Os pesquisadores disseram que esse fenômeno pode ter um valor prognóstico, indicando que o desenlace se aproxima e é inerente.

Christopher Kerr, médico de cuidados paliativos e pesquisador da equipe do Lar Buffalo (Nova York), defende que os profissionais de saúde perguntem aos pacientes sobre seus sonhos, sem medo de recriminação de familiares e colegas: “Muitas vezes, quando os sedamos, estamos esterilizando-os do processo de morte”, acrescentando que eles dizem: “Por que fez isso? Eu estava com a minha mulher”.

No entanto, “nem todos os sonhos de final de vida acalmam as pessoas que estão morrendo. Os pesquisadores descobriram que cerca de 20% são perturbadores. Frequentemente, quem sofreu um trauma pode revivê-lo em sonhos à beira da morte. Alguns conseguem resolver a experiência. Outros não”.

Assim sendo, “quando é preciso intervir com remédios antipsicóticos ou ansiolíticos para ajudar o paciente a ter uma morte pacífica? Para os médicos do Lar Buffalo, a decisão é tomada com uma equipe de avaliação que inclui as opiniões dos membros da família”.

Christopher Kerr explica: "Os filhos vão ver os pais em estados alterados e acham que estão sofrendo ou lutando contra a morte. Mas se você disser: 'Ela está falando sobre pessoas falecidas, e isso é normal. Aposto que você pode aprender muito sobre ela e sua família', pode ver que os parentes vão se acalmar e tomar notas".

“Sem informação suficiente da família, a equipe pode não saber como interpretar a agitação do paciente. Uma delas parecia atormentada por pesadelos. A equipe do Lar Buffalo entrevistou pessoas da família, que de modo relutante contaram que a mulher havia sido abusada sexualmente quando era menina. A família estava horrorizada com o fato de ela estar revivendo essas memórias em seus últimos dias. Com essa informação, a equipe preferiu administrar um ansiolítico, ao invés de apenas antipsicóticos. A mulher relaxou e foi capaz de se comunicar com um padre. Ela morreu dormindo calmamente alguns dias depois”.

 

Referências de estudos científicos

Wright ST, Grant PC, Depner RM, Donnelly JP, Kerr CW. Meaning-centered dream work with hospice patients: A pilot studyPalliat Support Care. 2015 Oct;13(5):1193-211.

Nosek CL, Kerr CW, Woodworth J, Wright ST, Grant PC, Kuszczak SM, Banas A, Luczkiewicz DL, Depner RM. End-of-Life Dreams and Visions: A Qualitative Perspective From Hospice PatientsAm J Hosp Palliat Care. 2015 May;32(3):269-74.

Kerr CW, Donnelly JP, Wright ST, Kuszczak SM, Banas A, Grant PC, Luczkiewicz DL. End-of-life dreams and visions: a longitudinal study of hospice patients' experiencesJ Palliat Med. 2014 Mar;17(3):296-303.

 

Outros artigos sobre o tema:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?linkname=pubmed_pubmed&from_uid=24410369 

 

Dr Marcus Zulian Teixeira



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