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Interesse Geral 

Isoprofilaxia não é homeoprofilaxia - Críticas à vacinação "homeopática" 

Isoprofilaxia não é homeoprofilaxia - Críticas à vacinação 'homeopática'

 

O modelo terapêutico homeopático pode ser empregado no tratamento e na prevenção de doenças epidêmicas (homeoprofilaxia) desde que os medicamentos sejam escolhidos individualmente segundo o princípio da similitude sintomática e em conformidade com a totalidade de sintomas peculiares à epidemia (medicamento do “gênio epidêmico”), com exemplos seculares descritos na literatura. O uso de “nosódios” ou “isoterápicos” para prevenir doenças epidêmicas (isoprofilaxia), escolhidos segundo o princípio da identidade etiológica, desprezando a individualização sintomática e a experimentação patogenética prévia das substâncias, não é suportado pela episteme homeopática hahnemanniana.

Em 2009, publicamos uma revisão sobre a aplicação curativa e preventiva da homeopatia hahnemanniana nas doenças epidêmicas no International Journal of High Dilution Research (IJHDR), em 2010, na Revista de Homeopatia (APH) e, em 2013, na revista La Homeopatía de México (textos abaixo), em conformidade com o emprego dos medicamentos homeopáticos selecionados segundo o princípio da semelhança sintomática, utilizando remédios “constitucionais” ou do “gênio epidêmico”:

http://highdilution.org/index.php/ijhdr/article/view/360

http://www.aph.org.br/revista/index.php/aph/article/view/36/68

https://lahomeopatiademexico.com.mx/687_files/687%20LHM-2013%20dic-nov.pdf

 

Por desprezar os referidos aspectos epistemológicos do modelo homeopático clássico de aplicação bissecular, eu critiquei nessa revisão o uso indiscriminado de medicamentos “isopáticos” (“isoterápicos”, “nosódios” ou “bioterápicos” selecionados segundo o princípio da identidade etiológica) como prática profilática regular em doenças epidêmicas infantis (empirismo sem comprovação científica), em substituição à imunização ou vacinação clássica. Além disso, salientei a necessidade da “individualização” dos medicamentos do gênio epidêmico (GE) para o tratamento e/ou a prevenção de cada novo surto de uma mesma doença epidêmica, assim como para as diferentes fases de cada surto.

Alegando que “eu não consegui compreender plenamente o Princípio dos Semelhantes”, Isaac Golden (terapeuta homeopático australiano, não médico) publicou na recente edição do IJHDR uma crítica às minhas considerações (abaixo), dizendo que “eu usei um duplo padrão ao comparar as evidências do uso de remédios do GE e de nosódios”, que “eu descaracterizei as informações que demonstram a segurança de longo prazo da isoprofilaxia”, e que eu “não tenho consciência das evidências científicas disponíveis que endossam o uso profilático dos nosódios”:

http://highdilution.org/index.php/ijhdr/article/view/687

 

Infelizmente, embora eu tenha embasado a minha revisão inicial nas premissas que fundamentam o tratamento (prevenção) homeopático de doenças epidêmicas em conformidade com diversas referências do Organon da Arte de Curar e diversos Escritos Menores de Samuel Hahnemann, obras que fundamentam o modelo epistemológico homeopático, parece que Isaac Golden não as leu, porque muitos de seus questionamentos epistemológicos ora levantados estão elucidados na revisão original. O mesmo ocorre em relação aos aspectos científicos e éticos.

Em vista disso, buscando responder aos questionamentos de Golden e ampliando a discussão sobre os aspectos epistemológicos, científicos e éticos anteriormente abordados, publicamos uma nova revisão mais completa (abaixo), destacando, mais uma vez, que o “programa de isoprofilaxia” proposto por Golden “não é suportado pela episteme homeopática”, “não apresenta evidências científicas que atestem a sua segurança e eficácia” e “viola os aspectos bioéticos da beneficência e da não-maleficência”, posição corroborada por instituições homeopáticas de renome em todo o mundo (incluindo a Associação Médica Homeopática Brasileira):

http://highdilution.org/index.php/ijhdr/article/view/707

https://lahomeopatiademexico.com.mx/696_files/696%20LHM-2015%20may-jun.pdf

https://lahomeopatiademexico.com.mx/697_files/697%20LHM-2015%20jul-ago.pdf

 

Apesar de essas conclusões afetarem “milhares de praticantes da homeopatia em todo o mundo que usam programas de imunização isopática baseados em nosódios” conforme a alegação de Golden, o estímulo dos terapeutas não médicos à substituição dos programas de imunização clássica por programas de imunização isopática, sem comprovação científica de sua eficácia e segurança, traz grandes malefícios à população e à reputação da Homeopatia, sendo veiculado na imprensa em diversas ocasiões com o intuito de denegrir a prática médica homeopática ética e consciente.

 

Outras matérias sobre o tema

Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR) - 'O uso de vacinas ditas 'homeopáticas' não é suportada pelas premissas da episteme homeopática'. Disponível em 

O uso da homeopatia nas doenças epidêmicas: premissas científicas e propostas de aplicação

Epidemiologia Clínica Homeopática na COVID-19 - Partes 1 e 2 (Lives AMHB #HomeopatiaEmAção#)



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